quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Do qual nasci

Confesso.
Hoje, eu quero contar.
Hoje, eu pretendia matar. Mataria algo tão belo, que não demorou muito para crescer, algo puro.
Eu ia matar, mas a coragem felizmente hoje não quis me acompanhar. Confesso.
Eu não cheguei nem ao menos pensar nas minhas consequências. Se a pena fosse a tantos anos, eu não ligaria. Seria bem melhor, do que esses últimos meses que passei. Eu teria uma rotina, como agora eu não tenho. Mas confesso, sou grata por pensar assim, no mesmo momento em que mataria, acordei para viver.
Confesso. Hoje, eu iria matar todo amor que existe em mim. A coragem me faltou, e foi neste momento em que percebi, não posso acabar com algo que me faz inteiro. Sou todo amor existente.
Nasci de um, não carnal, mas um amor verdadeiro. Amei, mas a culpa não é minha, se quem amei não sabe ainda o que é amar.
Eu amo. Muita e pouca coisa, toda hora e hora nenhuma, alguém e a multidão toda. Não é contradição, é ser inteiro.
Hoje eu confesso, descobri que sou inteira, que sou todo amor e que não dependo do outro para amá-lo. O amor é meu, sou eu, a busca da felicidade é minha. Eu não poderia matar algo por influência de terceiros, algo que me foi dado desde o início.
É confuso, mas para quem já se identificou, é claro. Com isso, hoje eu confesso e admito, aquela frase que ouvi por esses dias "pra ser feliz, sê inteiro" está certa. Eu não posso dar algo que não sou, não tenho. Preciso transbordar-me a cada nova experiência de amar. Seja no dia a dia ou bem pertinho do outro. Sê inteiro, ser assumidamente, aquilo do qual nasceu, amor.

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